Zelenskiy elogia possível resultado histórico após encontro com Trump no Vaticano
- Neto Fortt
- há 1 dia
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Em um momento carregado de simbolismo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, declarou esperança em uma "paz confiável e duradoura" após uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada no Vaticano antes do funeral do Papa Francisco.
O breve encontro, de cerca de 15 minutos, representou a primeira conversa direta entre os dois líderes desde as tensas negociações na Casa Branca em fevereiro. Ambos discutiram caminhos para pôr fim ao conflito entre Ucrânia e Rússia — o mais longo enfrentamento militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"Discutimos de forma muito individualizada. Torcendo para que possamos transformar essa reunião em um resultado histórico", declarou Zelenskiy em publicação na rede X. A Casa Branca descreveu a conversa como "produtiva" e reafirmou o esforço americano para acelerar um acordo de paz até o final de abril.
Trump pressiona por acordo, mas gera controvérsias
Trump, que retornou aos EUA logo após o funeral, vem exercendo intensa pressão para alcançar um acordo até o 30 de abril, que marca seus primeiros 100 dias no segundo mandato. Seus críticos, porém, alertam que o formato do possível acordo — incluindo o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia e o congelamento do conflito nas linhas de batalha atuais — pode favorecer Moscou.
Em meio às conversas, Trump reforçou a possibilidade de novas sanções contra a Rússia, criticando recentes ataques aéreos russos que atingiram civis em Kiev e Kharkiv. "Não há justificativa para Putin estar disparando mísseis em áreas civis", afirmou o presidente, sinalizando que "sanções bancárias" e "sanções secundárias" estão sendo avaliadas.
Zelenskiy ajusta seu posicionamento
Enquanto Trump articula negociações em paralelo — seu enviado especial, Steve Witkoff, já realizou quatro reuniões diretas com Vladimir Putin — Zelenskiy também demonstrou pragmatismo. O líder ucraniano sugeriu a Trump que os EUA não precisariam enviar tropas à Ucrânia, mas poderiam fortalecer a defesa com apoio de inteligência e sistemas antiaéreos.
Além disso, Zelenskiy reconheceu, pela primeira vez de forma pública, que a retomada militar da Crimeia é improvável no curto prazo — uma concessão estratégica diante da atual conjuntura.
Europa entra em cena
Zelenskiy também se reuniu em Roma com o presidente francês Emmanuel Macron e planeja encontrar a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, buscando apoio adicional para reforçar sua posição nas negociações de paz.
A ofensiva diplomática ocorre em meio a uma das semanas mais difíceis para a Ucrânia em 2025, após o maior ataque aéreo russo do ano atingir a capital e o leste do país, matando pelo menos 12 pessoas.
Um possível momento histórico?
O futuro imediato ainda é incerto, mas o encontro entre Zelenskiy e Trump carrega potencial para ser lembrado como um ponto de virada. "Este é o momento da Europa e da Ucrânia", destacou Timothy Adams, presidente do Instituto de Finanças Internacionais. "Resta saber se eles conseguirão aproveitá-lo."
Se um acordo de paz for alcançado nas próximas semanas, marcará um desfecho dramático para um dos conflitos mais brutais do século XXI — ainda que, para muitos, venha a um custo geopolítico considerável.
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